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Em 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola e símbolo da resistência negra contra a escravidão no Brasil. Mais do que uma homenagem que celebra a população afro-brasileira, o Dia da Consciência Negra nos lembra que a luta contra o racismo continua e que ainda é preciso avançar em direção à igualdade racial no país.
Por isso, o mês de novembro é marcado por diversas ações e atividades antirracistas, que buscam conscientizar a população e reivindicar direitos e melhorias para a população negra, que não necessariamente ocorrem apenas nessa época do ano. Um exemplo disso é a iniciativa Café Preto, desenvolvida pelo Núcleo de Prevenção à Violência (NPV) da Unidade Básica de Saúde (UBS) Bom Retiro, na região central de São Paulo.
A ação é desenvolvida pelos colaboradores da própria unidade, que se reúnem na primeira terça-feira de cada mês para falar sobre práticas antirracistas. Por enquanto, as reuniões são restritas à equipe da UBS Bom Retiro. A iniciativa surgiu a partir de uma orientação da Secretaria Municipal de Saúde, que solicitou a realização de atividades sobre o tema nas unidades de saúde.
“As reuniões do Café Preto objetivam conscientizar e sensibilizar nossos profissionais sobre as pautas raciais de maneira contínua, didática, acessível e relacionada à realidade da UBS. A iniciativa conta com uma boa adesão da equipe e já vemos resultados positivos do projeto no nosso dia a dia, a começar pelo desenvolvimento de um olhar mais sensível e consciente sobre esse tema”, conta Juliana Nascimento Calvo Rodrigues, gerente da UBS Bom Retiro, administrada pela Associação Filantrópica Nova Esperança (AFNE) a partir de contrato firmado com a Prefeitura de São Paulo.
De maneira geral, os encontros do Café Preto, assim como outras iniciativas do NPV, discutem estratégias de enfrentamento à violência e contribuem para a criação de um espaço de cuidado e acolhimento entre os colaboradores. As boas práticas compartilhadas nessas reuniões são levadas para o cotidiano das unidades, tornando o atendimento ao usuário mais humanizado.
“O cuidado com as palavras e a mudança de vocabulário são alguns dos pontos que trabalhamos no Café Preto. O que mais chama a atenção dos colaboradores nos encontros é como o preconceito é estrutural, naturalizado e reproduzido por meio de expressões cotidianas. Além disso, falamos sobre como acolher as vítimas do racismo. É preciso preparar e fortalecer nossos profissionais para lidar com as adversidades que surgirem, dentro ou fora das unidades”, conclui Adriana Souza, assistente social da UBS Bom Retiro.